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terça-feira, 7 de junho de 2011
Empresas não estão preparadas para receber portadores de deficiência
Toda a vez que surge uma nova oportunidade de emprego, encaminhamos um currículo e aguardamos (ansiosos) um chamado para a famosa entrevista, correto? Com a deficiente visual Camila Silva Bloker não foi diferente. Há aproximadamente seis meses, ela enviou seu material a uma empresa local e acabou sendo selecionada para a função de secretária. Ela trabalhava, na época, como professora de braile no Imeab, mas teria possibilidade de evoluir nesse novo trabalho. "Por seis meses, eu só atendi telefone. A empresa me ofereceu a vaga, mas não adaptou o espaço. Eu poderia fazer mil coisas dentro da organização, mas não tive possibilidade", explica a jovem, de 23 anos.
Camila, que é estudante de Pedagogia, se sentiu inútil frente à função proposta e pediu demissão. No outro dia, ela já estava nas ruas, visitando estabelecimentos e deixando currículos. "Mas, infelizmente, essa procura foi inútil. As empresas não estão adaptadas para receber portadores de deficiência, especialmente visual. E é tão simples oferecer condições. Por vezes, basta instalar um programa específico no computador", frisa Camila.
A jovem não é a única que precisa trabalhar e não encontra espaço. Outros deficientes visuais, amigos de Camila, compartilham da mesma dificuldade. "Eu fiquei bastante preocupada depois que percebi como é o mercado de trabalho na cidade. Muito se fala em inclusão social, mas não vejo isso acontecer aqui. Eu até poderia estar estagiando em uma escola, mas o Imeab é a única instituição que oferece essa oportunidade a deficientes, e já está com o quadro de funcionários completo", explica Camila.
A jovem se disponibiliza a ir às organizações interessadas e mostrar o que é necessário fazer para empregar um deficiente visual. O custo, ao contrário do que muitos pensam, é baixo. "Há muito preconceito, também. As pessoas não acreditam que o deficiente é capaz de desempenhar qualquer atividade. Só é necessário adaptar alguns detalhes. Eu sei que posso muito mais do que atender um telefone, só quero poder mostrar isso", finaliza.
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Realmente existe o preconceito e as empresas não estão preparadas para receber um deficiente visual. Há pouco mais de 1 ano eu que já sou miope, tive um descolamento de retina, fiz várias cirurgias, a retina "colou", mas fiquei com uma cegueira parcial. Vejo as imagens sem foco e embaçadas, mesmo com lente ou óculos. A empresa onde trabalho, não me deixou voltar a trabalhar alegando que não tinha mais lugar pra mim. Me senti uma inútil, entrei em depressão... Hoje estou afastada do trabalho pelo INSS e fazendo reabilitação no CEPRE (Unicamp)para futuramente tentar novamente uma recolocação na empresa. Graças a esse grupo de profissionais do CEPRE, estou bem melhor, aprendo todas semana a lidar com as dificuldades. Tenho aprendido a usar os outros sentidos, já consigo usar um computador... Espero voltar a trabalhar logo logo...
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